Bienal de Arquitetura de SP assume missão de promover a reforma urbana
9 de julho de 2013 |
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O urbanismo dará o tom à próxima edição da Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, cujo programa oficial foi apresentado nesta sexta-feira, dia 5 de julho, em palestra na Biblioteca Municipal Mário de Andrade, na capital paulista. A palestra foi encabeçada pelo curador da exposição, Guilherme Wisnik, e pelo diretor do departamento paulista do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/SP), José Armênio de Brito Cruz. Durante o evento, reforçou-se o compromisso da Bienal, que acontece entre os dias 28 de setembro e 24 de novembro, em atrair um público leigo. A missão do evento, porém, é promover, a partir do tema “Cidade – Modos de Fazer, Modos de Usar”, a discussão em nível nacional da necessidade da reforma urbana e da urgente inserção do arquiteto urbanista nos projetos de Estado.
José Armênio salientou que “o IAB paulista tem a tarefa de organizar o evento, mas que cabe ao IAB nacional promover a Bienal como plataforma de discussão das cidades brasileiras e de estímulo à recolocação e o redesenho da face pública da profissão do arquiteto”. Para ele, as recentes manifestações populares demonstram a situação delicada das cidades brasileiras. “Esta será a pauta da Bienal. Seu tema, aliás, sintetiza nossa intenção de colocar a arquitetura com um instrumento público de promoção da qualidade de vida para toda a sociedade”, esclareceu Armênio. “Esta edição da Bienal firma uma relação pública e sólida com as instâncias governamentais, e rompe com o modelo expositivo tradicional. Essa mudança de paradigma está ligada a uma nova situação do mundo, das cidades”, disse Wisnik. “Nesse sentido, a reforma urbana é uma discussão fundamental – ela veio à tona e amadureceu com a criação do Ministério das Cidades, depois sofreu um arrefecimento”. Para ele, os recentes protestos que tomaram as cidades brasileiras expressam a indignação popular com a falta de efetividade dos direitos civis na esfera urbana. “A Bienal se propõe a ser uma plataforma de aglutinação dessas demandas”, completou.
Em 2013, a Bienal não acontecerá no prédio da Bienal, no Parque do Ibirapuera, mas em diversos pontos espalhados pela cidade, todos eles próximos a estações de metrô. Entre os endereços confirmados para a exposição estão edifícios de relevância na paisagem paulistana, como o Masp, o Centro Cultural São Paulo, o Museu da Casa Brasileira, unidades do Sesc, e até uma plataforma desativada do metrô.
Durante a palestra desta sexta-feira, não se falou sobre o orçamento para esta edição da Bienal de Arquitetura, que anteriormente foi estimado em R$ 18,8 milhões, mas participaram do evento Marcelo Araújo, secretário estadual da Cultura de SP, Juca Ferreira, secretário municipal de Cultura de São Paulo, e Fernando de Mello Franco, secretário de Desenvolvimento Urbano da cidade de São Paulo.
Completaram a mesa a arquiteta Ligia Nobre, co-curadora da Bienal, e Ana Helena Curti, produtora-executiva. Elas reforçaram o compromisso do evento com o uso do espaço público, e destacaram partes da exposição como a instalação que será montada no Masp, contrapondo projetos residenciais de Vilanova Artigas e Paulo Mendes da Rocha a obras de artistas como Hélio Oiticica e Cildo Meireles.
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